As pessoas surdas, principalmente as que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibidas de casar, possuir ou herdar bens e viver como as demais pessoas. Assim, privadas de seus direitos básicos, ficavam com a própria sobrevivência comprometida.
No
final do século XV, não havia escolas especializadas para surdos; pessoas
ouvintes tentaram ensinar aos surdos; surge Girolamo Cardano, um italiano que utilizava sinais e
linguagem escrita; posteriormente Pedro Ponce de Leon, um monge beneditino
espanhol que utilizava, além de sinais, treinamento da voz e leitura dos
lábios.
Ovide Decroly
(Bélgica)
Alexandre
Gran Bell
(Canadá e EUA)Samuel Heinicke (Alemanha)
Abbé
Charles Michel de I'Epée (França)
Ivan Pablo
Bonet
(Espanha)
1.880
CONGRESSO MUNDIAL DE PROFESSORES DE SURDOS
Esses
professores divergiam quanto ao método mais indicado para ser adotado no ensino
dos surdos. Uns acreditavam que o ensino deveria priorizar a língua falada
(Método Oral Puro) e outros que utilizavam a língua de sinais ( já conhecida
pelos alunos ) e o ensino da fala (Método Combinado); em 1880, no Congresso
Mundial de Professores de Surdos (Milão - Itália), chegou-se à conclusão de que
todos os surdos deveriam ser ensinados pelo Método Oral Puro.
1.855 HERNEST HUET CHEGA AO BRASIL
Um pouco
antes (1857), o professor francês Hernest Huet (surdo e partidário de I'Epée, que
usava o Método Combinado) veio para o Brasil, a convite de D. Pedro II, para
fundar a primeira escola para meninos surdos de nosso país: Imperial Instituto
de Surdos Mudos, hoje, Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), mantido
pelo governo federal, e que atende, em seu Colégio de Aplicação, crianças,
jovens e adultos surdos, de ambos os sexos.
A partir de então, os surdos
brasileiros passaram a contar com uma escola especializada para sua educação e
tiveram a oportunidade de criar a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), mistura
da Língua de Sinais Francesa com os sistemas de comunicação já usados pelos
surdos das mais diversas localidades.
A.J.
de Moura e Silva, um professor do INES, viajou para o Instituto Francês de
Surdos (1896), a pedido do governo brasileiro, para avaliar a decisão do
Congresso de Milão e concluiu que o Método Oral Puro não prestava
para todos os surdos.
SEC. XX AUMENTA O NÚMERO DE ESCOLAS PARA SURDOS
CRIANÇAS SURDAS
A
maioria das escolas de surdos do mundo, passaram a adotar o Método Oral; a
garantia do direito de todos à educação, a propagação das ideias
de
normalização e de integração das pessoas com necessidades especiais e o
aprimoramento das próteses otofônicas
fizeram com que as crianças surdas de diversos países passassem a ser
encaminhadas para as escolas regulares.
BRASIL - SALAS DE RECURSOS E CLASSES ESPECIAIS
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaK1Tkk3F9fnfMvpnsrh_uZ7_96yc-5p9eT56Usd3JmNnGIrp3DmQWA1i-PYo-GOoFDaZIUhdsrffFgXEEwipQkQ54tIhe3ix2S6T6KpemU6sYAJSBMK7h1MOtrj0qn1mWkNfdXg9_AyIO/s1600/12.jpg)
No Brasil,
as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação passaram a coordenar o ensino
das crianças com necessidades especiais (inicialmente denominadas portadoras de
deficiências) e surgiram as Salas de Recursos e Classes Especiais para surdos,
além de algumas Escolas Especiais, com recursos públicos ou privados; com a
organização das minorias no âmbito mundial, por terem garantido seus direitos
de cidadãos, as pessoas portadoras de necessidades especiais passaram a
apresentar suas reivindicações que, no caso dos surdos, são: o
respeito à língua de sinais, a um ensino de qualidade, acesso aos meios de
comunicação (legendas e uso do TDD) e serviços de intérpretes, entre outras;
com os estudos sobre surdez, linguagem e educação.
Veio para
o Brasil uma professora dessa Universidade na década de 70 e depois disso
iniciou-se uma movimentação sobre o bilinguismo no
Brasil. Linguistas
brasileiros
começaram a se interessar pelo estudo da Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS) e
da sua contribuição para a educação do surdo.
1986
- início do projeto de alternativas educacionais
No ano
de 1986 a direção do Instituto Nacional de Educação de Surdos, inicia
"Projeto de Alternativas Educacionais", PAE. Um projeto de pesquisa
que
visa a implementação da Comunicação Total em grupos de alunos já matriculados
na instituição.
1994 - LIBRAS
Em 1994,
passa-se a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), criada
pela própria comunidade surda.
24 DE ABRIL DE 2002
Vem 24 de abril de 2002, a lei nº 10. 436
reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação
e expressão
Art. 2º
Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o
uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação
objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4º
O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais,
municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de
formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus
níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras,
como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs,
conforme legislação vigente.Art. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 24 de abril de 2002; 181º da Independência e 114º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nenhum comentário:
Postar um comentário